"O CRISTO DE DEUS". Lucas 9.18-22
Essa confissão de Pedro é transmitida de diversas maneiras pelos evangelhos sinóticos: Mateus escreve “Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo”; Marcos: “Tu és o Cristo”; segundo Lucas, Jesus é “o Cristo de Deus”. Em Jo 6:69 a confissão é: “Tu és o santo de Deus”. Essas memoráveis palavras de Pedro são o centro e foco absolutos da confissão de fé.
Essa confissão de Pedro fundou, nos primórdios, a igreja do NT. O Senhor Jesus percebeu a beatitude do momento, quando viu que havia criado raízes na humanidade e conquistado uma comunidade que continuaria sendo dele, apesar de todos os poderes do inferno.
Jesus já sabia que no momento oportuno, a saber, depois da resposta dos discípulos, ele teria uma pergunta ainda mais importante, a que se encontra no versículo 20. O que esteve velado até então, agora devia sair à luz; não ainda para ser anunciado ao público em geral, mas para que os discípulos soubessem quem realmente é este Jesus e o que está para lhe acontecer. Mais tarde, quando realmente ocorressem os dramáticos acontecimentos, esses homens não ficariam tão completamente confusos, como seria o caso se não tivessem sido informados antecipadamente. Cf. João 14.29; 16.1, 4, 33.
Antes de deixar este tema, é preciso chamar a atenção de forma especial para o fato de que as palavras de Jesus “Vocês, porém, quem dizem que eu sou?” transmitem uma lição importante, a saber, que um crente verdadeiro é alguém disposto, sempre que necessário, a pôr-se contra a opinião pública e expressar abertamente uma convicção que é contrária à das massas. No melhor sentido do termo, o crente se dispõe a levantar-se ousadamente em favor da verdade.
Quando fosse necessário um anúncio aberto às autoridades religiosas judias, o próprio Jesus o faria (Mt 26.63, 64; cf. Lc 22.66–70). Também deveríamos ter em mente que não era próprio que Jesus, no tempo de sua humilhação, estimulasse a aclamação pública. Isso tinha de ser adiado para depois de sua morte e ressurreição (Mt 17.9).
Há um sentido em que o sofrimento e a morte de Cristo são únicos. É tão-somente ele quem paga o preço do resgate pelo pecado (Is 53; Mt 20.28; Mc 10.45; 2Co 5.20, 21; Gl 3.13; Ef 2.8–10; Fp 3.7–9; Tt 3.4–7).